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segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Crônicas sentimentais:coisas que agora eu sei

 

   Oi amados... Uma seção nova para o meu lugar preferido neste mundo: meu blog. Nesta, como o nome bem sugere, falarei sobre coisas, pessoas, seres e lugares que me impactaram. E, acreditem, foram muitos ao longo destes 30 anos de vida. Mas hoje preciso falar de coisas ruins? Mas por que, Michelle??? Porque a partir do aprendizado delas (não, não era um clichê) é que vem a verdadeira sabedoria. E esta nunca vem sozinha....Ela chega, de mansinho, em meio a um turbilhão de emoções que, quando você se espanta, já é uma nova pessoa.
  Bem, depois de quase quatro anos de depressão e de negá-la veementemente, eu cheguei ao fundo do poço para poder mudar. Mas como eu saí da depressão? Pois bem...primeira fase: identificação. Eu, a bem da verdade, perdi muito do meu brilho depois que saí do Rio para São Luís (em 2005), mas tinha aqui meus pais e meu namorado, então, estava tudo certo. Bem, foi o que eu achei. Não ter amigos para compartilhar sonhos alegrias e tristezas uma hora pesa. Porém, depois de dois anos morando aqui, resolvi adotar quem viria a ser a minha melhor miga...a minha cadelinha Nina. Ela me fez sorrir muito e aprender que amar é dividir e ficar alegre só de ver alguém (sim, a verdadeira lealdade). E cuidar dos meus pais, dela, da casa deles e achar que estudava para concursos me fazia...estável. Mas isso não chega perto de estar bem.
  Aí vieram as cobranças fortes para um emprego, já que estava formada, pela UFRJ, era uma obrigação ser presidente de multinacional para todos.Mas não me tornei uma. mas sim fui professora de um curso de Inglês onde ganhava dez reais por hora. Cá para nós, eu amava meu emprego, mas eu virei piada e junto com os crescentes deboches, vieram os quilos a mais. Engordei dez quilos, mas não me enxergava assim.
  Então, arrumei um emprego legal numa ONG ambiental e passei para o mestrado para tentar voltar para minha área. Isso depois de alguns anos como professora, vendedora de roupas (chegava às 23:00 em casa) e de elaborar projetos sociais (esta a maior decepção, pois não me pagaram um centavo para realizá-lo). Quando acho que fiquei, ao menos, estável novamente, eis que perco meu grande amigo - depois de muito sofrimento - o meu pai querido. Rios de lágrimas depois, terminei o mestrado... Venci uma dengue hemorrágica e...pluft...descubro que meu - a esta altura noivo - havia me traído porque não dava atenção para ele!
   Foi baque atrás de baque e cheguei num ponto que chorar não dava mais para mim! E, em meio a tudo isso, apesar de amar minha mãe, tenho que dizer que ela não é a pessoa mais incentivadora e parceira deste mundo. Sutileza mandou lembranças a ela! Perdoei o noivo...Mas o amor ficou em pedacinhos e a reconstrução deles perdura até hoje. Engravidei sem planejar (sim, acontece!), tive uma gestação de alto risco devido a três miomas que possuía...não podia sair, nem fui eu que comprei o enxoval dele e minha sogra não levou em consideração nada do que sonhei para ele. Eis que nasceu em 2013, meu príncipe Nick....minha força para viver! Mas fui convidada a sair de casa, por causa de rixas entre meu marido e minha mãe, quando ele tinha apenas um mês. E três grandes pessoas jamais me abandonaram, mesmo em meio a tristeza e a ausência que vem junto a ela: Nina, Gabi e Cíntia.
   E o caminho de volta à vida surgiu graças a meu grande incentivo de vida: meu filho! E são quase dois anos lutando para vencer a depressão. Comecei pelo profissional...Voltei para a Sociologia, que é do que gosto, e passei num concurso para professora quando Nick tinha 4 meses. Depois, consegui achar um canto para chamar de meu - ao menos temporariamente - já que é alugado ainda. mas é meu de certa forma, consigo pagar já que hoje ganho mais do que aqueles dez reais, lembram? Tenho meu carro, me virei em mil para dar a festa e um ano ao meu filho que não tive e faço tudo que posso por ele, pelo meu marido e pela minha mãe.
  Mas faltava pensar em mim, não? Eu que sempre falei em sonhos e em listas deles me senti perdida com tudo isso - e ainda veio a morte da Nina ano passado - por onde deveria recomeçar a me amar? Há poucos meses atrás, eu sentia dor todo dia num local diferente e tinha pressão alta. Bingo...chegamos a segunda fase da luta contra a depressão: reconhecimento. Como vi por tudo que passei, tinha que identificar as pessoas que puxavam para o poço. Visto quem são estas, diminuí ou zerei meu contato com as mesmas. Com aquelas que não posso, falo o mínimo possível e, hoje, rezo por elas, tentando ver por que destilam tanto veneno! E me perdoei....por ter me tornado amarga devido a estar perto delas. Com este perdão, consegui passar a me aceitar e a ver o quão bom poderia ser renascer para a vida. Chegamos na penúltima fase: transformação.
  Passei a cuidar, ao menos minimamente, da beleza e fiz minha considerada impossível reeducação alimentar. Eu estava 20 kg acima do meu peso. Hoje já mandei embora dez. E ganhei ânimo, saúde e não sinto mais dores nem tenho pressão alta. Minha memória melhorou e minhas listas agora são para cada dia. Busco tarefas que posso realizar no hoje e, ao concretizá-las, sinto mais e mais orgulho de mim mesma.
  Bem, a penúltima fase ainda não terminou para mim, então, em breve falarei dela e da última fase: renascimento. Desejo a todos que renasçam positivamente pata a vida, que o resumo de tudo que passei faça alguém repensar a vida. E que eu consiga vencer, de fato, a depressão - desejo isso a todos que sofrem com ela -  e retomar não só meu blog, mas a vida que eu deixei roubarem de mim. Beijinhos de brigadeiro de colher ;)